segunda-feira, 4 de maio de 2009

Turbilhão de emoções


Turbilhão de emoções
Vão e voltam sem razão
Não sei o que sinto
Nem o que te faço sentir
Apenas sei que não consigo
Voltar a resistir nem mesmo fugir.
O futuro está nas estrelas
Que o reflectem no mar
Ondulas no meu pensamento
Flutuas no meu olhar
Preciso de ti mesmo sem saber
Se um dia te vou amar.

sábado, 2 de maio de 2009

As lágrimas correram...

Estavamos a sair de casa e dissemos uns para os outros: -"Vamos para a última praxe!"
Com esta frase chegou o silêncio. Sim era verdade, estavamos a caminho da última praxe, o "enterro o caloiro". Decidimos prestar uma homenagem aos nossos superiores e chegamos ao pé deles da mesma forma que eles nos puseram no 1º dia, mesmo antes de nos conhecer-mos, em filinha "pirilau" e a cantar a primeira musica que nos ensinaram.
Nesta praxe chorei de alegria, porque tive a força de chegar ao fim, mas chorei de saudade, saudade de todos os momentos vividos nas praxes. Saudades de mergulhar na lama, saudades de levar com ovos, farinha, vinagre, água de bacalhau, polpa de tomate e todas as mistelas que possam imaginar, saudades de estar de quatro, de três, de rebolar no chão, saudades de tudo.
Podem pensar que sou maluca, podem até não perceber como é que alguém pode ter saudades de "sofrer", mas por muito que tentem, só quem passa realmente por estes momentos é que percebe a saudade que fica quando tudo acaba.
Muitos pensam que a praxe só serve para humilhar os caloiros, mas é mentira. A praxe é muito mais que isso. É uma tradição, é uma forma de integrar os alunos que saem das suas casas pela primeira vez e se sentem sozinhos numa nova cidade. A praxe não humilha ninguém, a praxe põe-nos em igualdade de circunstâncias, não distingue rico nem pobre, bonito ou feio, pois ali somos todos iguais e estamos todos para o mesmo. Momentos como os passados no meio da lama, completamente sujos, fizeram crescer em nós um espírito de auto-ajuda que seria díficil existir sem estes momentos. Foi a praxe que me ajudou quando me sentia mais sozinha, foi aí que criei amizades para a vida. Chorei, choramos e choraremos sempre que as saudades apertem, pois momentos assim ficam para a vida no nosso coração.